quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Meu amor, amanhã tomamos café?"

Tanta decisão para ser tomada e tanta lágrima derramada... Escondidas entre sorrisos, sorrisos falsos, e tentativas de repor amor onde o amor existe mas foge à dor... Ou talvez não...

Foi numa tarde de inverno, poucos dias antes do natal. Lisboa estava repleta de seres apressados e aterefados, e até ligeiramente perdidos. Ou será que devo dizer demasiado? Ao contrário de todas as outras vezes em que me encontro na Capital, desta, tal não me afectou. Colégio militar, Alto dos moinhos; o telemóvel tocava mais uma vez: "Onde estás, demoras?" Eu estava nervosa,  mas tu? Sentia-se há distância a ansiedade que te percorria de alto a cima intensamente e sem te dar descanso. Laranjeiras, Jardim Zoológico... A minha tranquilidade era uma tranquilidade forçada às circunstâncias... Algures nos subúrbios, no metropolitano da Capital, onde me consumia a vontade de estranhamente te reencontrar... Mordi o lábio... Olhei pela Janela... Praça de Espanha, S. Sebastião. Repentinamente levantei-me e colocando a mala ao ombro e pondo o telemóvel no bolso das minhas jeans em jeito um tanto ou quanto desajeitado, saí pela porta. Mas não, não era aí. Apesar de o saber, inconscientemente desejei que fosse. Ahh, Saldanha, Alameda, Olaias...  Fechei os olhos por momentos, na esperança de apressar o tempo, concentrado-me apenas em ti. Bela Vista, Chelas, Olivais; o telemóvel voltou a tocar: "Meu amor, amanhã tomamos café?" Sei que não respondi. Como conseguiria ocupar a cabeça a responder à Marta numa altura em que desejei que o tempo se apressasse, mas que estranhamente o mundo parasse? Que tempo ingrato é este que faz com que a nossa respiração e o palpitar do coração decorra a uma velocidade alucinante? Lembro-me de pensar: "Querida Marta como queria que estivesses aqui agora para me apertar a mão fortemente..." Cabo Ruivo e... ORIENTE. O meu coração saltou. Aproveitei um impasse que existe no final de linha, para com algum esforço, respirar bem fundo retomando a consciência e alguma sanidade. Subi as escadas... Vasco da Gama. Consegui espaço para relembrar que me disseste que fosse ter em frente à "Vobis". E assim foi... Subi as escadas, mas toda a minha inquietação consumiu a minha urgência e... inesperadamente... eu fui, o meu coração explodiu e sem dar conta, inspirei fortemente sem conseguir expirar... Depois...  

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